domingo, 10 de maio de 2009

Política meteorológica/reembolso de bilhetes

Ontem, à saída do Jamor, a um quarto de hora das 19, era fácil perceber o descontentamento de grande parte dos espectadores o facto de não terem usufruido na totalidade (diria que nem metade) do espectáculo do Estoril Open.

Como está generalizado em todo o circuito do ATP e WTA, basta um encontro ser concluído para não haver lugar a qualquer reembolso. Ou seja, com a final feminina concluída, não haveria lugar a reembolso.

É fácil perceber o quão delicada é esta questão para as organizações. Falando apenas em questões financeiras directamente relacionadas com os bilhetes e num cenário simplista, entre a organização e os adeptos, uma das partes ou ambas irão ficar a perder. Os únicos que não saem ilesos monetariamente são os tenistas, já que nada é descontado nos prémios ou no 'cachet' previamente acordados. Resta saber como os custos são repartidos entre os restantes.

Pela lógica, tudo o que a organização reembolsar, é prejuízo para a mesma. Desconheço a existência de seguros para tais ocasiões, que devem existir, mas também é fácil perceber que as seguradoras não facilitam este processo.

No entanto, é uma questão que deve ser seriamente repensada por uma questão de justiça para quem alimenta este espectáculo: os adeptos!

A questão das meias-finais masculinas

Nota: Este caso aplicado à jornada de ontem trata-a como se não tivesse realizados mais encontros após as 19 horas. Algo que foi dado a entender pelo staff da organização (ver aqui).

Ontem, bastava olhar para o court central, era residual o número de pessoas que pagaram 40 euros com a perspectiva de ver a final feminina. Boa parte nem sequer viu uma pequena parte da mesma.

As meias-finais masculinas eram as mais aguardadas! Tecnicamente, pela diferença de categoria de ambas as competições. Neste caso particular, era mesmo o encontro de Blake e Davydenko que era o centro das atenções.

Fica a questão se não seria justo o reembolso parcial do bilhete, nunca a sua totalidade, obviamente.

Outra solução, tecnicamente mais complicada era permitir que os bilhetes de sábado dessem acesso ao recinto no domingo e ao Court Central apenas para as meias-finais. Não seria complicado retirar o público entre os encontros relativos ao dia anterior e ao próprio, mas levanta outras questões. A primeira seria a capacidade do recinto para albergar cerca de 10 mil pessoas, a segunda é que a boa parte das pessoas de sábado não poderiam assistir no domingo. Neste caso, sendo verdade, a solução não era eficaz. O Court Central apresentaria-se despido e a questão do reembolso para as outras pessoas manteria-se.

A questão da hipotética final na 2ª feira

Mais incompreensível era a hipótese de a final ser adiada para a 2ª feira. Na banca de informações, era explicado que quem tivesse bilhetes para domingo (dia da final) não seria reembolsado caso um encontro fosse concluído e necessitariam de novo bilhete para 2ª feira. Isto é, se a final de pares, ou mesmo umas das meias-finais, fosse realizada hoje e concluída e a final de singulares adiada, não se reembolsavam os 50 euros e precisariam de comprar novo ingresso para 2ª feira. Caricato, não é?

É perfeitamente compreensível que os bilhetes sejam para o dia. É muito complicado arranjar outro esquema num evento desportivo deste tipo, mas há que ter a noção do ridículo quando falamos, por exemplo, de um bilhete para o dia da final. É que ao contrário do que disse no início, neste caso, a organização ainda obteria mais lucro por novo dia. E a solução aqui até seria simples, os que tivessem bilhete no domingo, poderiam aceder ao complexo e court central na 2ª feira para a final, não há nada a enganar.

Conclusão

É verdade que a aposta na compra de um bilhete diário para os últimos dias tem sempre um grande elevado grau de sorte em alguns aspectos (um deles são os tenistas que chegarão a essa fase), mas no que toca à política meteorológica, as organizações dos torneios deveriam ser mais criativas. Os adeptos não deveriam estar tão expostos a estas situações.

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