Ao início desta tarde deu-se uma série infernal de conferências de imprensa. Iniciou-se com Gastão Elias, passou por Rui Machado, James Blake, Iveta Benesova e terminou com Gilles Simon.
Gastão não se mostrou muito agradado com o espectáculo protagonizado por si e Gonçalo Falcão, referindo o elevado número de erros não forçados que marcou o encontro. Para quem assistiu ao encontro, foi possível observar um Gastão muito inconsistente, muitas vezes construíndo bem o ponto para errar na conclusão. O próprio reconheceu o facto "...tive muitos altos e baixos, até podia ter perdido um set por causa disso". Quanto aos aspectos positivos, referiu obviamente a qualificação para a ronda seguinte e a luta que apresentou, tendo-se mantido sempre em cima do acontecimento. Relativamente ao adversário, Gastão realçou a evolução mental de Gonçalo Falcão.
As baixas percentagens de 1º serviço não surgiram do acaso. "Estive lesionado no ombro e só pude recomeçar a servir há 3 dias, pelo que essa pancada ainda está a 100%", mencionou o jovem da Lourinhã.
Quando obviamente questionado sobre a actual situação de Gil, Elias destacou o espírito trabalhador e profissional do nº 1 nacional, não sendo por isso uma surpresa o sucesso que tem atingido. "Este ano nota-se que as pessoas estão mais envolvidas com o ténis e os jogadores portugueses aqui no Estoril Open", adicionou o jovem tenista. E Gastão é mais um a juntar-se ao lote de pessoas que atribuem o favoritismo a Gil no confronto com Blake. O "Cristiano Ronaldo do ténis" (como foi chamado) não tem tido grande repercussão pelos colegas de academia de Gastão Elias. "Os americanos não são muito amigáveis, eu falo-lhes do Gil mas eles não ligam muito".
Rui Machado surgiu de seguida, tendo agradecido publicamente o convite da organização para o quadro principal. Machado mostrou-se um pouco evasivo ao longo de toda a entrevista, não tendo dado muitas pistas quanto ao seu adversário da 1ª ronda - Oscar Hernandez. "É uma jogador de terra batida", foi o modo como o português o descreveu. "Todos os jogadores do quadro seriam difíceis, quase todos têm melhor ranking do que eu", adicionou o algarvio. Entre outros aspectos, foi mencionado o seu contrato publicitário com a Yonex, algo que se já dura desde o início de 2008 e ainda o confronto recente com Gil, no qual Machado referiu que houve uma certa dose de nervosismo extra mas que encarou o encontro com profissionalismo, tendo o 2º set (foi a tie-break) sido de alto nível.
James Blake entrou de seguida, sem J-block (a famosa falange de apoiantes que o norte-americano muito se orgulha e que até angaria fundos para a investigação na cura para o cancro) e com o seu habitual estilo descontraído. A propósito do encontro com Gil, Blake mostrou-se entusiasmado com o adversário. "Adoro os encontros onde o público está a torcer muito por um dos jogadores e cria um ambiente fantástico. Já estive nos dois lados dessa situação e é sempre entusiasmante". Quanto ao facto de uma das "vedetas" do evento ficar pelo caminho já na 1ª ronda, o norte-americano reforçou "também há garantias que um de nós estará a jogar na quinta-feira". Elogiou o torneio, "já me tinham falado deste local, (...) quanto mais velho fico, gosto mais de apreciar os sítios onde disputo torneios". A propósito dos seus resultados inferiores em terra batida, Blake foi muito directo "os americanos não crescem em terra batida ao contrário de outros. O movimento é a grande desvantagem que temos, eu já não sou um grande jogador defensivo, pior ainda em terra batida mas vou dar o meu melhor". A propósito da mudança de patrocinador (da Nike para a Fila), Blake explicou que a última fez uma proposta irrecusável tendo o conta o seu objectivo de longa data, a criação de uma linha própria, algo que seja confortável para usar no court mas que também tenha um estilo descontraído para usar em outras situações sociais. A estreia desta linha dar-se-á no USOpen, já este ano.
Iveta Benesova não tinha uma sala tão cheia à sua espera e o número de perguntas foi consideravelmente inferior. Não é surpreendente, a checa nunca chegou ao nível de estrelato do norte-americano, apesar de ser a 1ª cabeça de série deste torneio. Aliás, essa posição parece agradar Benesova. Quando questionada quanto à pressão de ser a 1ª pré-designada, Iveta revelou não ter essa sensação. "Antes pelo contrário, significa que melhorei bastante relativamente ao ano passado (chegou à final sem ser sequer cabeça de série) e que estou bastante confiante", disse a checa. Contudo, Benesova está muito focada apenas no encontro da 1ª ronda, diante da portuguesa Neuza Silva, encontro que acontece pelo 2º ano consecutivo nesta fase do Estoril Open. "O facto de a ter batido facilmente no ano passado não significa nada, passou 1 ano e tudo pode ser diferente", referiu a jogadora quando questionada sobre o desafio com a lusa. O momento mais divertido da conferência de imprensa foi mesmo quando uma jornalista questionou Iveta se esta já tinha ligado à mãe (sendo hoje o Dia da Mãe). Benesova riu-se nervosamente e de modo algo desconfortável disse "não temos muita essa tradição no nosso país e não, não liguei".
A conferência de Gilles Simon foi mesmo a mais vazia, tendo este aparecido meio de surpresa na sala de imprensa. Apanhei o francês por sorte e estando tanta gente a assistir ao encontro da Michelle, acabei por achar melhor fazer algumas perguntas ao 1º favorito do Estoril Open. Resumidamente, Simon não está muito confiante no seu jogo e pediu um convite à organização para tentar elevar o nível de jogo para a restante temporada de terra batida. Quando questionado sobre o seu adversário, Robert Kendrick, Simon não referiu absolutamente nada, mencionando apenas que irá dar o seu melhor. Foi uma conferência de imprensa difícil, sem dúvida...
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